A senadora Kátia Abreu (PP-TO) divulgou nesta segunda-feira (10) um vídeo em seu perfil no Twitter em que manda um recado direto a representantes do agronegócio em defesa da candidatura do ex-presidente Lula (PT) à Presidência da República e sobre os riscos que a eventual reeleição de Jair Bolsonaro representa para o setor.

A motivação para sua declaração, diz a ex-ministra da Agricultura, é uma lei ambiental aprovada em setembro pelo Parlamento Europeu que visa proibir a importação de produtos de áreas com desmatamento.

Kátia Abreu, que já foi líder da bancada ruralista no Congresso e atualmente preside a Comissão de Relações Exteriores do Senado, critica Jair Bolsonaro e diz que "a imagem do Brasil na área ambiental se deteriorou progressivamente no exterior". "A nossa perda de credibilidade na comunidade internacional chegou ao limite."

A decisão europeia, diz a senadora, foi motivada pelos 13 mil quilômetros quadrados de desmatamento ilegal na Amazônia oficialmente registrados desde 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro e à classe para atentar para as consequências de um novo ciclo de desproteção das florestas brasileiras.

"Somos considerados um país irresponsável no que diz respeito às mudanças climáticas. Hoje, este é o verdadeiro risco Brasil, pois, em se confirmando este quadro, teremos uma redução drástica das nossas exportações, afetando diretamente o emprego, os preços e a balança comercial. Todos os brasileiros pagarão essa conta", afirma no vídeo.

A parlamentar, que também que já foi presidenta da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e da Federação da Agricultura, aponta em seguida que o voto dos produtores rurais no candidato da coligação Brasil de Esperança, "não é uma ameaça às nossas fazendas e aos nossos negócios. Neste momento, só ele (Lula) pode conseguir reverter essa situação caótica".

E finaliza, pedindo racionalidade do setor em nome da manutenção da atividade agropecuária de exportação. "Leiam o que está sendo escrito sobre o Brasil lá fora. Já não se trata mais de uma questão ideológica, mas de uma questão pragmática."