Em busca de alianças para fortalecer a campanha para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve receber nesta terça-feira (4) os apoios do PDT, que lançou Ciro Gomes candidato à presidência, e do Cidadania, que estava na chapa de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o apoio do PDT a Lula está condicionado à incorporação de propostas de Ciro à campanha petista: o programa que prevê zerar dívidas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral.
Ainda segundo o jornal, o presidente do partido, Carlos Lupi, informou que já tratou do assunto com a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e ela aceitou a proposta. A expectativa, agora, é pela adesão de Ciro ao movimento dos líderes pedetistas.
"Acho que ele [Ciro] vai seguir a orientação do partido, criou uma relação com o partido muito forte, comigo mais ainda. Acho muito difícil ele não acompanhar a orientação do partido", disse Lupi à Folha.
Logo depois da apuração dos votos no último domingo (2), Ciro fez pronunciamento em que disse que gostaria de ter "algumas horas" para conversar com aliados e com o partido para definir o caminho a ser tomado no segundo turno.
"Nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação", afirmou.
Roberto Freire sinaliza apoio a Lula
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, publicou nota oficial no fim da tarde desta segunda (3) informando que encaminhou à Executiva Nacional do partido um posicionamento a favor do apoio a Lula no segundo turno.
Os caciques da legenda têm encontro marcado para as 12h desta terça para acertar os detalhes antes do anúncio.
Na nota publicada nesta terça, Freire destacou a participação de Simone Tebet na disputa, e disse que ela "emerge como uma liderança nacional que terá voz ativa e participação nos processos decisórios que terão desenlace a partir desta terça-feira e se aprofundarão a partir de 31 de outubro de 2022".
Em seu pronunciamento após a contagem dos votos, Tebet, que ficou na terceira posição no primeiro turno, disse que aguardaria movimentação dos partidos de sua chapa (além do MDB e do Cidadania, ela tinha apoio do PSDB), mas disse que já tinha decisão tomada.
"Eu, que tenho uma trajetória de vida de luta pelo país, este país que tanto precisa de nós, de reflexão, mas de ação, não esperem de mim omissão. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo", afirmou.