No debate entre presidenciáveis, último antes do primeiro turno nesta quinta-feira, 29, Bolsonaro afirmou que Lula foi o mentor intelectual do assassinato de Celso Daniel.
Ainda nesta quinta-feira, mais cedo, o TSE havia determinado a imediata remoção de conteúdo divulgado por 10 perfis em redes sociais, com a fake news de que haveria relação entre o PT, o ex-presidente Lula e o assassinato do ex-prefeito de Santo André.
A liminar foi concedida pela ministra Maria Claudia Bucchianeri em representação apresentada pela Coligação Brasil da Esperança contra os responsáveis por perfis no Twitter, YouTube e Telegram, entre eles o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, e Carla Zambelli.
A ministra Maria Claudia Bucchianeri, da Corte Eleitoral, afirmou que não há evidências do envolvimento do partido com o assassinato do então prefeito de Santo André/SP.
"Como é de conhecimento público e notório, o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel se trata de caso encerrado perante o Poder Judiciário, com os responsáveis devidamente processados e julgados, estando cumprindo pena. Também é fato conhecido e amplamente divulgado que o Ministério Público de São Paulo encerrou definitivamente as apurações, não havendo notícias de envolvimento do Partido dos Trabalhadores ou de seus membros. Esse contexto evidencia, com clareza e objetividade, a divulgação de fatos sabidamente inverídicos."
A ministra apontou que o mesmo tema já havia sido analisado anteriormente pelo TSE. "Isso significa, portanto, que o caso destes autos é de reiteração, às vésperas das eleições, de divulgação de conteúdo expressa e judicialmente já reconhecido como desinformativo e ofensivo, o que impõe sua imediata remoção."
A coligação foi representada por Zanin Martins Advogados e Aragão e Ferraro Advogados.
No debate, Lula rebateu dizendo que Celso Daniel era seu amigo, e o melhor gestor público que o país teve.
O caso
Celso Daniel foi sequestrado e assassinado em 2002. O inquérito policial concluiu que, após reconhecê-lo, o líder da quadrilha responsável pelo sequestro teria ordenado que ele fosse "dispensado", o que foi entendido pelos demais membros como uma ordem de que ele fosse morto.
Apesar do inquérito, há rumores de que o crime tenha tido motivação política.